Texto: Cantares 2.11-13
A HISTÓRIA
O mundo inteiro não era digno do
dia em que este sublime Cântico foi dado a Israel. Assim expressou o “rabino”
judeu Akiba, que viveu no primeiro século da Era Comum, a sua admiração pelo
Cântico de Salomão.
O título do livro é uma forma
abreviada das primeiras palavras: “O cântico superlativo, que é de Salomão”. No
texto hebraico, é literalmente o “Cântico dos cânticos”, denotando excelência
superlativa, similar à expressão “os céus dos céus” para os mais altos céus.
(Dt.10:14) Não se trata de uma coleção de cânticos, mas de um só cântico, “um
cântico de extrema perfeição, um dos melhores que já existiram ou que foram
escritos”.
O grande Rei Salomão, glorioso em
sabedoria, forte em poder e deslumbrante no brilho da sua riqueza material, que
suscitou até mesmo a admiração da rainha de Sabá, não conseguiu impressionar
uma jovem simples do interior por quem se enamorou.
Por causa da constância de seu
amor por um jovem pastor, o rei não teve êxito. Portanto, o livro bem poderia
ser chamado de “O Cântico do Amor Frustrado de Salomão”.
Deus o inspirou a compor este
cântico para o proveito dos leitores da Bíblia das eras futuras. Ele o escreveu
em Jerusalém. Talvez isso se tenha dado por volta de 960 a.C., alguns anos
depois de terminar a construção do templo. Na época em que escreveu esse
cântico, Salomão tinha “sessenta rainhas e oitenta concubinas”, ao passo que no
fim do seu reinado possuía “setecentas esposas, princesas, e trezentas
concubinas”.
Conteúdo do cântico de Salomão.
A matéria do livro é apresentada
na forma de uma série de conversas. Há constante mudança de personagens. As
pessoas que desempenham o papel das partes faladas são Salomão, rei de
Jerusalém, um pastor, sua amada sulamita, os irmãos dela, as damas da corte “filhas de Jerusalém” e as mulheres de Jerusalém “filhas de Sião”.
(Ct.1:5-7; 3:5,11) São identificadas por aquilo que elas próprias dizem ou
pelas palavras dirigidas a elas. O drama se desenrola perto de Suném, ou Sulém,
onde Salomão está acampado com sua comitiva da corte. Expressa um tema
comovente — o amor de uma jovem camponesa, da aldeia de Suném, pelo seu
companheiro pastor.